Olá a todos,
Nos e-mails transcritos abaixo, estão registradas as ações realizadas até o presente momento em relação à situação do Programa de Pós-graduação em Artes da UNICAMP. Gostaria de ponderar, no entanto, algumas questões sobre esse processo, numa tentativa de incentivar uma maior participação de todos os alunos.
Quando falo de participação, penso também que devemos avaliar nossa responsabilidade nesse processo, já que também somos avaliados. Quantos de nós sabíamos dessa avaliação trienal ou lemos o relatório que está disponível no site da CAPES, desde o dia 15 desse mês? Quantos de nós sabe que os problemas, que deram início ao processo de descredenciamento do curso, foram apresentados pelos próprios representantes da CAPES, numa reunião aberta a todos os alunos e professores aqui na UNICAMP, no ano de 2008? Será que temos atendido os quesitos mínimos enquanto alunos de pós-graduação de acordo com as normas estabelecidas pela CAPES? Eu faço essa pergunta, mas nem eu mesmo sei como responder, pois não tenho conhecimento de todas estas normas. E, queiramos ou não, a CAPES é uma agência reguladora do governo responsável por estabelecer parâmetros de funcionamento dos programas de pós e que, portanto, tem que ser respeitada enquanto tal.
Elisa, uma aluna do programa, propôs a realização de um seminário para discutir essa situação e eu acrescentei a esta sugestão, que esse seminário seja realizado dentro da ABRACE, no intuito de tentar questionar se os problemas que foram apontados em nosso programa acontecem, de fato, apenas na UNICAMP. Aproveitar que estaremos no evento mais importante da área para discutirmos. Justamente porque diante de sua importância acadêmica, espera-se que todos estejamos participando, ou a maior parte de nós, pelos menos, incluindo alunos e professores. Por isso, sugeriria propormos algo como: “ o que é ser alunos de pós-graduação em artes cênicas?” ou coisa parecida. Nem que seja num fórum paralelo à Abrace.
Acho fundamental que este tema seja amplamente debatido entre nós e que acompanhemos de perto todo o processo. Tal opinião não é somente minha, mas de outros alunos e professores desta e de outras instituições aos quais temos consultado e que reafirmaram a importância de que devemos exercer algum tipo de pressão, por sermos nós, os principais prejudicados, caso a CAPES não venha a reavaliar a determinação de descredenciar nosso curso.
Estou bastante interessado nesta questão, pois assim como outros alunos que estão prestes a defender, podemos nos tornar doutores ou mestres com títulos sem reconhecimento. O que nos impossibilitará de trabalhar exercendo a função para qual temos nos preparado. Mas também, estou escrevendo esse e-mail, porque acho uma pena que não tentemos fazer nada para que esse programa continue a ser um ESPAÇO PÚBLICO de qualidade, exercendo o seu papel de formação.
Acredito que, fazer algo, implica não só em cobrar e verificar de perto se as ações estão sendo de fato tomadas, mas também aproveitarmos para nos informarmos melhor como devemos nos portar enquanto personagens dessa estrutura da pós-graduação brasileira, para que isso não venha acontecer novamente.
Nesse sentido, termino sugerindo a criação de um blog, um lista de discussão, ou algo similar, para que estas e outras questões possam ser debatidas. Não o faço agora, pois não tenho a menor ideia de como fazê-lo.
Tudo bem que a "academia" é criticada por estabelecer pouco diálogo concreto com a realidade ao redor, de não ter uma interação mais efetiva com a sociedade como todo, de se manter alheia a questões sociais eminentes, centrando-se apenas em fórmulas e teses. Só espero que num momento delicado como esse, não fiquemos, mais uma vez, apenas centrados em nossas cenas, teses e pesquisas pessoais, até porque, não estamos com muito crédito para fazê-lo, segundo a CAPES.
Abraços,
Rogério Lopes
Aluno de doutorado em artes
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